segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Transporte com dignidade

Diário do Alto Tietê – DAT – 19/09/10
*Guilherme Mussi

O desenvolvimento do Alto Tietê exige das autoridades uma atenção especial ao transporte. Tão importantes quanto o escoamento da produção agrícola e industrial das cidades da região, bem como a chegada das matérias-primas necessárias para seus processos, estão o transporte público e o trânsito, que vai ficando caótico nos principais eixos de ligação pela falta de novas opções de ligação.
Boa parte das cidades tem estruturas antigas e por isso sofre dificuldades por terem suas ruas estreitas e limitadas para ampliações, o que já resulta em congestionamentos em determinados horários, como não se via no passado. Desde as obras de otimização da antiga SP-66, entre Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes, nos anos 90, pouco se fez a respeito.
O número de veículos circulando entre as cidades aumentou significativamente nos últimos tempos, devido às facilidades para a compra de um carro e às deficiências do transporte coletivo. Não se pode negar que houve avanços nos trens e nos ônibus intermunicipais, mas a relação custo benefício ainda faz muita gente andar a pé ou de bicicleta, por absoluta falta de dinheiro para pagar a passagem.
A espera, os atrasos e a superlotação estão na rotina das pessoas que dependem do transporte coletivo. Em muitos casos, as mulheres são as mais prejudicadas, com o relato de abusos que têm de enfrentar. A solução dos vagões de trem exclusivos para mulheres não pode ser descartada até porque isso representaria dignidade no atendimento delas.
Muitas outras medidas necessitam ser tomadas com urgência, entre elas a construção e a modernização de terminais de ônibus, que integrem linhas urbanas e interurbanas, com respeito e conforto para o usuário. Outra é a criação de ciclovias decentes em todas as novas avenidas que vierem a ser planejadas.
No que se refere ao transporte dentro do Estado, há que se encontrar maior equilíbrio entre o preço dos pedágios e a necessidade de estradas seguras e eficientes. Não adianta ter estradas de primeiro mundo a um custo extraordinariamente caro para o padrão de um país em desenvolvimento. Isso encarece o custo dos alimentos e de tantos itens produzidos na nossa região, ou que abastecem nossas empresas e a população.

*Guilherme Mussi é administrador de Empresas e fundador do Instituto Paulista de Renovação (INPAR)

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