Diário do Alto Tietê – DAT – 15/08/2010
*Guilherme Mussi
O sonho de ver o filho formado na faculdade sempre foi uma das preocupações dos pais. Nos últimos anos, o ensino superior no Brasil experimentou um salto extraordinário no número de novos estudantes. Segundo o Ministério da Educação, o País possui 5 milhões de matriculados em cursos superiores, sendo que 75% estão em instituições privadas.
Mas, o acesso ao ensino superior gratuito continua restrito. As melhores faculdades públicas do Brasil sempre tiveram suas turmas formadas em grande parte por alunos do ensino médio privado, e que frequentaram cursinhos pagos, o que parece uma distorção. Quem tem dinheiro investe na formação de seus filhos para que eles possam ingressar numa universidade pública.
Mecanismos foram criados para ampliar o acesso à universidade. Contudo, o Brasil não cumprirá a meta de incluir 30% da população de 18 a 24 anos na universidade, estabelecida pelo Plano Nacional de Educação para 2011. Atualmente, a taxa se aproxima de 15%.
Inúmeras instituições de ensino superior (IES) expandiram fronteiras com cursos à distância ou semi-presenciais, barateando o custo das mensalidades. Mas o que de fato significará um salto na educação superior é o ensino à distância (EAD) por meio de IES públicas, projeto embrionário capaz de preparar jovens ao mercado em todo o País.
Para isto, é fundamental parcerias para a criação de pólos em que os estudantes participem das aulas. Temos professores gabaritados, restritos à sala de aula, que podem ensinar também à distância.
A experiência de países que avançaram em educação, como Coréia, Irlanda e China, revela que é preciso focar em cursos de alta tecnologia. No nosso caso, fazer isso com plena identificação das potencialidades e necessidades de cada região do País.
Temos muito a investir também na educação fundamental e média. Só no ano passado, 1,7 milhão de vagas no ensino superior brasileiro deixaram de ser preenchidas por falta de qualificação dos candidatos. O que se vê é que boa parte dos estudantes que termina o ensino médio não entende o que lê e mal domina as operações aritméticas elementares.
*Guilherme Mussi é administrador de Empresas e fundador do Instituto Paulista de Renovação (INPAR)
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