quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Educando para a vida

*Guilherme Mussi
A educação é mesmo a saída para a formação de cidadãos mais preparados para o futuro, para os desafios do mercado de trabalho e para um comportamento mais responsável em relação ao meio ambiente. O novo modelo da família brasileira, em que cada vez mais mulheres trabalham, mesmo após o nascimento dos filhos, atribuiu ainda mais peso à educação ministrada na escola e ao papel dos educadores, em todos os níveis.
Esse processo começa cada vez mais cedo e mesmo na pré-escola já se percebe a influência do que as crianças aprendem no meio de atividades recreativas e da iniciação da alfabetização. Quem cobra o uso do cinto de segurança no carro ou vigia os pais que passam no sinal vermelho, fumam ou jogam papel na rua? As crianças, cada vez mais precocemente conscientes sobre temas que boa parte dos adultos reluta a tratar com seriedade.
É neste exemplo que me baseio para tratar justamente da educação ambiental nas escolas. Isso é mais do que uma nova disciplina, já que procura incutir na criança uma consciência crítica sobre os problemas ambientais em que não somos espectadores e sim protagonistas, com as ações que desempenhamos no nosso dia a dia, na nossa casa e no nosso bairro.
O relacionamento do ser humano com a natureza, que se iniciou com um mínimo de interferência nos ecossistemas, tem levado a uma forte pressão exercida sobre os recursos naturais. Atualmente, são comuns a contaminação dos rios, a poluição do ar - principalmente nas grandes cidades -, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a redução ou mesmo destruição dos habitats de plantas e árvores nativas, além de muitas outras formas de agressão ao meio ambiente.
É evidente a necessidade de mudar o comportamento das pessoas em relação à natureza, no sentido de divulgar um modelo de desenvolvimento sustentável, que assegure uma gestão responsável dos recursos do planeta para preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo, atender as necessidades dos atuais habitantes da Terra. Mas nem tudo que parece óbvio é suficientemente capaz de se fazer seguido pela maioria das pessoas.
É preciso compreender que a chave para o desenvolvimento são a participação, a organização, a educação e o fortalecimento da sociedade. O desenvolvimento sustentado não é centrado na produção, e sim nas pessoas. Deve ser apropriado não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, história e ao modo de vida onde ocorre.
O certo é que a educação ambiental, que começa na sala de aula, deve ultrapassar os muros da escola e alcançar a família. Esse processo de sensibilização da comunidade escolar pode atingir tanto o bairro em que ela está inserida como em outros nos quais residam os alunos, professores e funcionários. Existem grandes dificuldades para sensibilizar e formar cidadãos ambientalmente conscientes e para desenvolver atividades e projetos voltados à sustentabilidade, mas se não dermos um passo nessa direção agora tudo ficará ainda mais difícil.

* Guilherme Mussi é administrador de Empresas e fundador do Instituto Paulista de Renovação (INPAR).

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