A poluição da água e do ar, somada aos maus hábitos físicos e alimentares, tem abalado a saúde das pessoas no campo e nas cidades. Hoje, não dá para usar as receitas caseiras infalíveis no passado, como uma xícara de chá de erva-cidreira para relaxar ou de boldo para aliviar o fígado. Será que existe uma receita dessas para combater o estresse dos tempos modernos?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que nas próximas três décadas praticamente todo o crescimento populacional do planeta ocorra em áreas urbanas. Um dos principais desafios a serem enfrentados diz respeito à água tratada. Dados divulgados apontam que a falta de acesso à água potável e ao saneamento – não só nas cidades, mas também nas zonais rurais – mata anualmente 1,5 milhões de crianças no mundo. No Brasil, atualmente, um em cada quatro habitantes não têm rede de esgoto. O estudo também revela que o tabagismo, o uso abusivo de álcool, o sedentarismo e os riscos associados a surtos de doenças afetam a saúde da população.
E como tem afetado! Tanto que os números do último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2008) apontaram que 73% dos brasileiros procuram serviços de saúde, nas redes pública e privada, com certa regularidade. Em 50% dos casos, foi por motivo de doença – sendo a pressão alta e problemas na coluna os males crônicos mais comuns. A pesquisa constatou também que 17,2% dos brasileiros fumam; quase metade das brasileiras com 25 anos ou mais nunca fez mamografia; e mais de 10% dos cidadãos nunca foram ao dentista. O que fazer para zelar pelo bem-estar da população?
A própria OMS deu a dica. Pediu aos governos mais investimentos no planejamento urbano, permitindo mudanças de comportamentos na sociedade, como investimentos no transporte limpo, prática de atividades físicas, controle do tabaco, segurança alimentar e saneamento básico. Resumindo: é preciso apostar em infraestrutura e informação.
Aqui no Brasil, historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no País em saúde pública. Estados e municípios, em geral, contribuem com a outra metade dos recursos. O município, então, cria as próprias políticas de saúde e também é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde.
Se no papel tudo parece acertado e coerente, na prática, a situação é alarmante. Um estudo do Governo Federal 2008 revela que muitas pessoas não foram atendidas no serviço de saúde por falta de senha de atendimento, de vaga nos hospitais, postos ou clínicas ou... de médicos! Enquanto isso, a população adoece... cada vez mais.
*Guilherme Mussi, fundador do Instituto Paulista de Renovação (INPAR) é administrador de empresas (www.guilhermemussi.blogspot.com).
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